COMPORTAMENTO MECÂNICO DE SUB-BASES NA BR-020/DF: AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA INFLUÊNCIA DA UMIDADE PÓS-COMPACTAÇÃO NO MÓDULO DE RESILIÊNCIA

Informações do autor

Gisandra Faria de Paula

https://orcid.org/0000-0001-7003-5629

Informações do autor

Mateus Ribeiro Caetano

https://orcid.org/0000-0002-9436-8249

Informações do autor

Stenio Fonseca da Costa Vale

https://orcid.org/0009-0009-8619-6326
  • stenio.vale@der.df.gov.br
  • Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal
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Informações do autor

Sérgio Eugênio da Silva

https://orcid.org/0009-0000-4014-9641

Informações do autor

Rafael Cerqueira Silva

https://orcid.org/0000-0002-1673-5592
  • rafael.silva@unb.br
  • Universidade de Brasília - UnB
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Resumo

O desempenho do pavimento depende do comportamento mecânico de suas camadas. Ensaios laboratoriais que caracterizam a deformabilidade dos materiais são essenciais para projetos mais eficientes e duráveis. O presente estudo teve como objetivo avaliar, por meio de ensaios triaxiais de módulo de resiliência (MR), as propriedades de rigidez de soluções técnicas destinadas à camada de sub-base na implantação de terceira faixa em rodovia, no Distrito Federal. Foram analisadas três soluções compostas por: argila arenosa (50 %) + brita 0, argila arenosa (50 %) + brita 1 e argila arenosa (60 %) + cascalho (40 %) + 2 % cimento (CP II F-32). Os ensaios de MR foram realizados em duas condições: umidade ótima e após 24 horas de imersão total dos corpos de prova em água, com o objetivo de avaliar o impacto das variações de umidade no comportamento mecânico das camadas ao longo da vida útil do pavimento. Os resultados evidenciaram uma redução do MR com o aumento do teor de umidade, refletindo a sensibilidade dos materiais à saturação. As análises das diferentes composições envolvendo materiais de pedologias distintas permitiram identificar a eficiência desses compósitos de estabilizações granulométricas distintas em aumentar a rigidez e melhorar o comportamento estrutural da sub-base, mesmo em condições adversas de umidade. A solução mais viável, considerando critérios técnicos e econômicos, foi argila arenosa (60 %) + cascalho (40 %) + 2 % de cimento. Este estudo promove a utilização do MR em projetos rodoviários de órgãos públicos brasileiros e fortalece os debates sobre o impacto da variação de umidade no desempenho de pavimentos.


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